“Se eu não gaguejo em algumas
situações (por exemplo: cantar, ler em coro, falar com outro sotaque,
representar um personagem, sussurrar), é sinal de que posso ser fluente em todas
as situações. Se não consigo ser sempre fluente, a culpa é minha.”
A fala é processada por diferentes partes do cérebro, dependendo do
contexto. As variações situacionais da gaguez - embora possam parecer
(erradamente) um problema emocional ou de ansiedade social - refletem apenas
diferenças no modo como o cérebro processa a fala de acordo com a
circunstância.
O
cérebro tem dois sistemas pré-motores: o medial e o lateral. O primeiro fica
ativo quando a pessoa fala e o outro quando ela produz sons mais ritmados. Na
gaguez o sistema pré-motor medial (responsável pela fala espontânea) tende a
estar comprometido e o sistema pré-motor lateral (responsável pela fala não
espontânea: cantar, ler em coro, representar…) tende a estar íntegro. Assim, é
de esperar uma melhoria da gaguez em situações que não envolvem fala espontânea, o que não significa que esta melhoria possa ser transferida para a fala espontânea, uma vez que estamos a falar de processamentos distintos.
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