Características

Quais as diferenças?

          De forma a melhor perceberem as diferenças entre a gaguez de desenvolvimento e a gaguez crónica, apresentamos de seguida, um quadro onde se encontram as características mais relevantes de cada uma:
Referências Bibliográficas: Gaiolas, M. Gaguez da Infância à Adolescência. Vogais & Co. Edições, Lda. Cascais. 2010

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Tipos de Disfluências Normais

Como já referimos no post “Da Gaguez de Desenvolvimento à Gaguez Crónica: Parte 1” é normal que as crianças, no processo de aprendizagem da fala, não consigam falar logo fluentemente, apresentando disfluências normais.
Nestes casos, as interrupções acontecem geralmente entre as palavras. As manifestações mais frequentes são:
  1. Repetições (o número de repetições não deve ser superior a 3 seguidas) – Posso… posso brincar?; Eu… Eu… Eu quero o carro.
  2. Reformulações do discurso – Posso ir… o Pedro vai ao parque… podemos ir?
  3. Silêncios curtos em palavras – Aquele cão é… castanho.
  4. Prolongamentos curtos de sons – OOO primeiro sou eu!
  5. Interjeições – Espera, aaa, vou contigo.
(Gaiolas, 2010)

No fundo, todos nós gaguejamos em certas ocasiões (quando estamos sujeitos a condições de stress, cansaço, nervosismo…) apresentando manifestações destas disfluências normais. 

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Tipos de Gaguez

A gaguez é algo que não se manifesta de igual forma em cada pessoa, ou seja apresenta uma grande diversidade. Esta patologia da comunicação pode ser caracterizada como uma interrupção no fluxo normal da fala. Na gaguez crónica, estas interrupções acontecem geralmente dentro da unidade da palavra. Consideram-se, assim, três tipos de interrupções, sendo elas:
  1. Repetições de sons (e-e-e-e-e-eu), de silabas (ca-ca-ca-ca-casa) e de palavras (quero-quero-quero-quero brincar).
  2. Prolongamentos de sons em início (eeeeeeeeera), meio (teeeenho) e fim de palavras (querooooooo).
  3. Bloqueios - pausas longas, com esforço muscular que podem que podem ocorrer em início da frase (…….Gosto de brincar), no meio (O…gato arranhou-me) ou apenas numa palavra, partindo-a em duas (con….cordo)
A pessoa que gagueja poderá evidenciar maioritariamente um destes tipos de gaguez (repetições, prolongamentos ou bloqueios). Contudo, é comum que a mesma pessoa manifeste os três tipos que, embora não coexistam em simultâneo, poderá ocorrer na mesma frase.
Ernesto, O Menino com Gaguez
Estas interrupções afetam a comunicação em graus de severidade diferentes e impossibilitam a pessoa de interagir oralmente de forma natural e eficaz.

(Gaiolas, 2010)


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Mecanismos físicos associados

A gaguez não se limita aos três tipos de interrupções na fala, já mencionados anteriormente no post “Tipos de Gaguez”. Quando a criança/jovem está a gaguejar, observam-se, frequentemente, movimentos estranhos na sua face e no seu corpo. Muitas vezes, quem não conhece as características da gaguez, pode rotular a criança que gagueja de “esquisito”. Deste modo, torna-se fundamental conhecer as características desta patologia comunicativa.

       Quando a pessoa que gagueja fica constantemente presa nas palavras que quer dizer começa a sentir-se como que “sufocado”. A tentativa de sair rapidamente dessa “prisão” e de ultrapassar os momentos de gaguez traduz-se no aumento da tensão muscular, afetando músculos direta e indiretamente relacionados com a voz (face, ombros, pescoço, membros…).
      Este aumento da tensão muscular faz aumentar a gaguez e provoca a ocorrência de movimentos parasitas involuntários como:
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Mecanismos de fuga e evitamento

Visto que a gaguez é bastante incomodativa, existe uma procura geral, por parte de todos aqueles que gaguejam, de evitar ou contornar a gaguez. Assim, tanto as crianças, jovens ou adultos tendem a desenvolver naturalmente, e sem qualquer ensinamento, mecanismos de fuga à gaguez.

















Mesmo assim, entra aqui um desfio: “O que é mais importante, esconder a gaguez dos outros ou obter aquilo que se deseja? É certamente um desafio muito difícil de gerir e só quem passa por ele é que tem essa noção.” (Gaiolas, 2010)

 

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