O que é?

O que é a Gaguez?

A gaguez é uma perturbação da fluência do discurso em que se verificam repetições (de sons, sílabas ou de palavras monossilábicas), bloqueios e prolongamentos de sons.
Esta perturbação pode ser acompanhada de movimentos faciais ou corporais. Verifica-se também uma alteração a nível da respiração que se torna descontrolada, fraca coordenação dos músculos envolvidos na produção da fala, tremores incontrolados dos lábios ou da língua e acompanhamento da fala com tiques.
Segundo Mónica Gaiola (2010): “A gaguez presenta assim muitas faces, podendo variar ao longo do dia, em função do meio ambiente e das situações sociais”.
Van Riper (1992) considera que: “Não existe melhor pessoa para definir a gaguez que a própria pessoa que gagueja”.

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Gaguez Infantil

      A gaguez infantil é um transtorno linguístico, um distúrbio da linguagem, que corresponde a uma comunicação confusa e, frequentemente, mal compreendida. Desenvolve-se sensivelmente entre os dois e os seis ou sete anos de idade, sendo a sua maior incidência por volta dos cinco anos.
       A criança gaga apresenta repetições, pausas e bloqueios na reprodução de sons e fragmentos de palavras, bem como uma desorganização entre o ato de pensar e falar. Ao tentar utilizar estruturas linguísticas mais complexas, é frequente verificar-se na criança o fenómeno da gaguez, que tende a diminuir e desaparecer quando o desenvolvimento linguístico melhora.
       É extremamente vulgar uma criança repetir sons ou palavras e ter bloqueios ao discursar uma vez que, é nesta altura que se observa nas crianças um significativo desenvolvimento linguístico. Qualquer aprendizagem leva tempo e tem uma sequência de etapas. Os pais deverão encarar tal facto com naturalidade pois, caso contrário, poderão vir a desenvolver gaguez. Como tal, a gaguez infantil pode ser considerada como uma situação transitória ou, por outro lado, tornar-se num problema permanente.

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Da Gaguez de Desenvolvimento à Gaguez Crónica: Parte 1


É particularmente no período dos 2 aos 6 ou 7 anos, que observamos na criança um significativo desenvolvimento a diversos níveis. Nesta fase muitas das crianças apresentem uma gaguez fisiológica, uma situação transitória, de curta duração e integrante do processo de desenvolvimento.

A aprendizagem da fala é um processo bastante complexo e dinâmico. Tal como qualquer outra aprendizagem, esta segue-se segundo determinadas etapas e leva o seu tempo.
É perfeitamente normal que a criança não seja logo capaz de falar fluentemente e que a sua fala apresente disfluências normais (hesitações, repetições, pausas…), uma vez que, a criança precisa de tempo para organizar mentalmente o que tenciona expressar. Estas disfluências podem também ser designadas por gaguez fisiológica ou gaguez de desenvolvimento.
O rápido fluxo de pensamento, geralmente associado à ansiedade para contar rápido algo importante que o impressionou ou que acabou de aprender, contribui para que a criança apresente dificuldades para produzir um ritmo regular e suave na sua fala.
Na maioria das crianças, as disfluências fisiológicas não deixam sequelas e ocorrem de forma pontual durante o desenvolvimento de aquisição da linguagem (especialmente entre os 3 e os 5 anos). Passado este período, aproximadamente cerca de 75% a 85% adquirem a fluência normal.
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Da Gaguez de Desenvolvimento à Gaguez Crónica: Parte 2

No caso das disfluências ocorrerem frequentemente, a criança começa a detetar as reações das pessoas à sua fala, que muitas vezes são de impaciência, de ansiedade, de preocupação, ou poderão até mesmo ser comentário desagradáveis.
Ao aperceberem-se desta situação começam a interiorizar que já não são capazes de controlar a sua fala. Sempre que a criança deseja falar, algo involuntário a retém no início ou a meio de uma frase, não lhe permitindo passar a sua mensagem como gostaria.
Assim, tende a procurar novamente a facilidade com que até então era capaz de produzir as primeiras palavras e algumas frases e, para isso, intensifica a força dos músculos destinados à produção de fala e em músculos complementares, o que dá origem a expressões faciais tensas e exageradas, e a movimentos involuntários como piscar os olhos, tremer os lábios, menear a cabeça…
A fala deixa assim de ser uma ferramenta ao serviço da criança e passa, na maioria dos casos, a condicionar o seu comportamento. O medo de falar e ficar retido numa palavra instala-se, e a criança começa a condicionar a sua vida, escolhendo apenas situações que considera de fala segura.
Estamos assim, perante uma criança com uma gaguez crónica.
 

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