No caso das disfluências ocorrerem frequentemente, a criança começa a detetar as reações das pessoas à sua fala, que muitas vezes são de impaciência, de ansiedade, de preocupação, ou poderão até mesmo ser comentário desagradáveis.
Ao aperceberem-se desta situação começam a interiorizar que já não são capazes de controlar a sua fala. Sempre que a criança deseja falar, algo involuntário a retém no início ou a meio de uma frase, não lhe permitindo passar a sua mensagem como gostaria.
Assim, tende a procurar novamente a facilidade com que até então era capaz de produzir as primeiras palavras e algumas frases e, para isso, intensifica a força dos músculos destinados à produção de fala e em músculos complementares, o que dá origem a expressões faciais tensas e exageradas, e a movimentos involuntários como piscar os olhos, tremer os lábios, menear a cabeça…
A fala deixa assim de ser uma ferramenta ao serviço da criança e passa, na maioria dos casos, a condicionar o seu comportamento. O medo de falar e ficar retido numa palavra instala-se, e a criança começa a condicionar a sua vida, escolhendo apenas situações que considera de fala segura.
Estamos assim, perante uma criança com uma gaguez crónica.
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